quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Unidades de Conservação

São Francisco de Paula se localiza na encosta inferior do Estado do Rio Grande do Sul, na zona fisiográfica chamada de Campos de Cima da Serra, ocupando uma área de 3280,70 Km². Devido a sua grande extensão territorial, abriga em seu território uma  variação de ambientes, que é conseqüência de fatores com altitude, relevo, solo e clima diferenciados, gerando assim, ambientes propícios para abrigar uma considerável representatividade da biodiversidade da Mata Atlântica.
            Dentro desta variação de ambientes em seu território, podemos destacar o Planalto, que caracteriza a maior parte do território do Município, onde há predominância da Savana. Nas bordas do Planalto, em regiões de relevo aplainado e nos vales fluviais, destaca-se a ocorrência da Floresta Ombrófila Mista, e, nas encostas e escarpas da Serra Geral, ocorre a Floresta Ombrófila Densa.
            Considerando que em São Francisco de Paula há a ocorrência e transição entre estes ambientes, não se pode deixar de considerar e relegar a devida importância à biodiversidade que ocorre dentro da área do Município.
            É importante destacar que o Município é contribuinte de cinco bacias hidrográficas (Sinos, Caí, Taquari-Antas, Tramandaí e Mampituba) e a qualidade das águas destas águas estão diretamente relacionadas com a vegetação que interage com os ambientes aquáticos, como as matas ciliares e espécies macrófitas.
 JUSTIFICATIVA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
As formações vegetais que ocorrem em São Francisco de Paula, sofreram, durante o desenvolvimento econômico do Município, variadas formas de interferência antrópica, tais como o manejo de pastagens, a extração de madeira e o desenvolvimento de núcleos urbanos. Tais interferências resultaram, e ainda hoje atuam, como instrumentos da fragmentação dos ambientes naturais do Município.
A fragmentação ambiental, além da devastação da flora, causa prejuízos diretos à fauna, pois, animais e vegetais formam grupos isolados em “ilhas” de mata, tornando-se vulneráveis a extinção.
Para os seres humanos, além dos efeitos indiretos causados pela perda da biodiversidade, há as conseqüências diretas do desmatamento, como a diminuição dos benefícios sociais, recreativos e estéticos promovidos pelas florestas e a influencia negativa nas condições climáticas regionais, inclusive, desvalorizando o município para atividades de ecoturismo.
Diante de tais constatações, torna-se eminente a necessidade da criação de sistemas que viabilizem a proteção, recuperação, manejo e conservação da flora regional, bem como, proporcionem a população local, oportunidade de lazer e educação direcionados a temática ambiental, visando a sensibilização da comunidade.
Considerando a dificuldade de preservação em grande escala de ambientes naturais, uma das alternativas é a criação de espaços onde se preserve o maior número possível de representantes da flora, para assim, haver uma reserva biológica que resguarde estas espécies e onde se realizem estudos e atividades que permitam a reprodução das mesmas para sua relocação em locais com ambientes degradados, atividades de paisagismo e reflorestamento.
Além disto, é importante a criação de ambientes propicios a educação ambiental, para formação de um cidadão consciente e crítico, baseado nos conceitos de ambiente natural, cultural,  social e sustentável, o fazendo se sentir como parte integrante  do meio em que vive para que assim, se sinta comprometido com a manutenção e preservação do ambiente em que esta inserido,  e almeje, não apenas a preservação da natureza por si só, mas compreenda sua necessidade para a sadia qualidade de vida da população de São Francisco de Paula e de todos que estão, direta ou indiretamente relacionados à ela.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS

1 - Parque Natural Municipal da Ronda
Categoria: Parque (proteção integral)
Localização: micro-bacia do arroio Rolantinho da Arreia, sede do Município.
Área: 1.448 há
Ano de criação: Lei Municipal 2425/2007
Situação atual: em fase de elaboração do Plano de Manejo
 
O Parque Natural Municipal da Ronda é uma Unidade de Conservação administrada pela Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula, através da Secretaria de Proteção Ambiental –SEMPA, localizada nas adjacências da Sede do Município, na localidade denominada Ronda.
 Foi criada a partir do Decreto Municipal nº 1.671, de 29 de fevereiro de 1996, que foi revogado e substituído pelo Decreto Municipal nº 166, de 12 de abril de 2006 e obteve maior aporte legal através da Lei Municipal nº 2425/2007 de 27 de março de 2007, passando a receber a denominação de Parque Natural Municipal da Ronda, cujos objetivos são a preservação do patrimônio ambiental representado pelo local, que abrange uma área de transição biótica, abrangendo áreas de floresta ombrófila mista, floresta ombrófila densa, campos de altitude e banhados, além de uma complexa rede hídrica, abrigando considerável biodiversidade e formando paisagens de grande beleza cênica.
Na área do Parque ocorrem aproximadamente vinte cachoeiras, bem como ambientes com banhados e mata nativa, compreendendo três estágios sucessionais, ocorrendo espécies ameaçadas de extinção como araucária e imunes ao corte como xaxim, figueira e corticeira-da-serra, entre outros.
O intuito de criação desta UC é também o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, Pesquisa Científica e Ecoturismo, integrando comunidades e visitantes à área do Parque e o desenvolvimento de atividades esportivas e culturais em áreas pré-determinadas, criando uma alternativa de lazer e integração com a natureza para toda a comunidade da região.

Exemplo de transição existente no Parque Natural da Ronda
 
2- Área de Relevante Interesse Ambiental
 
Categoria: Arie ( uso sustentável)
Localização: Zona urbana da sede do Município, localizada no Perímetro Urbano da sede do Município de São Francisco de Paula, dentro da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
Área: 26 há
Ano de criação: 2007 Lei Municipal 2425/2007
Situação atual: em implantação
             A Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), é uma categoria de Unidade de conservação que constitui o Grupo das Unidades de Uso Sustentável.
            Possui características naturais extraordinárias que abriga exemplares raros da biota regional, e pela beleza cênica do local.
            A existência desta área em termos de localização, tamanho e conformação é viável para a implantação de um Jardim Botânico, sendo este um dos objetivos da atual  administração municipal. A parceria entre  Universidades e o poder público municipal de São Francisco de Paula deverá tornar viável a criação do jardim botânico, através da otimização de recursos humanos e materiais já existentes de ambas as partes.
             Em nível regional, a proposta é de relevante importância científica, cultural e conservacionista, devido à escassez de instituições similares na região. No jardim botânico previsto pretende-se priorizar a flora nativa do Rio Grande do Sul, especialmente as espécies endêmicas e/ou ameaçadas.
            Entre as formas de preservação e proteção da biodiversidade, a conservação e manejo da flora se constitui em um importante instrumento de gestão ambiental, sendo que, os jardins botânicos, definidos pela Resolução CONAMA 266, de 03 de agosto de 2000, como “ área protegida, constituída, em todo ou em parte, por coleção de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do país, acessível ao público, em todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente.”, tornam-se um instrumento adequado e viável para a proteção da biodiversidade do Município de São Francisco de Paula e de todas as espécies vegetais que vierem a compor a coleção taxonômica do Jardim Botânico de São Francisco de Paula.
 Giovana Reis Ghidini
Bióloga
Secretária Municipal de Proteção Ambiental
Cascata da Ronda acervo municipal
Perau da Ronda – Representação da geomorfologia local. Acervo municipal
Banhados – Reservatórios naturais de recursos hídricos (Parte superior do Parque) acervo municipal
Campos – Paisagem característica da área superior do Parque acervo munic
Transição da Floresta Ombrófila Mista para Floresta Ombrófila Densa dentro
da área do Parque. Acervo muni
ARIE –AREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO
VISTA DO LOCAL acervo muni
Biodiversidade abundante acervo munic
Fauna local – acervo municipal
Formação vegetal típica de Floresta de Araucária – acervo municipal

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