São Francisco de Paula                  se localiza na encosta inferior do Estado do Rio Grande do Sul,                  na zona fisiográfica chamada de Campos de Cima da Serra,                  ocupando uma área de 3280,70 Km². Devido a sua grande extensão                  territorial, abriga em seu território uma  variação de                  ambientes, que é conseqüência de fatores com altitude, relevo,                  solo e clima diferenciados, gerando assim, ambientes propícios                  para abrigar uma considerável representatividade da                  biodiversidade da Mata Atlântica.
            Dentro                  desta variação de ambientes em seu território, podemos destacar                  o Planalto, que caracteriza a maior parte do território do                  Município, onde há predominância da Savana. Nas bordas do                  Planalto, em regiões de relevo aplainado e nos vales fluviais,                  destaca-se a ocorrência da Floresta Ombrófila Mista, e, nas                  encostas e escarpas da Serra Geral, ocorre a Floresta Ombrófila                  Densa. 
                             Considerando que em São Francisco de Paula há a ocorrência e                  transição entre estes ambientes, não se pode deixar de                  considerar e relegar a devida importância à biodiversidade que                  ocorre dentro da área do Município.
            É                  importante destacar que o Município é contribuinte de cinco                  bacias hidrográficas (Sinos, Caí, Taquari-Antas, Tramandaí e                  Mampituba) e a qualidade das águas destas águas estão                  diretamente relacionadas com a vegetação que interage com os                  ambientes aquáticos, como as matas ciliares e espécies                  macrófitas.
                  JUSTIFICATIVA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE                  CONSERVAÇÃO
                 As formações vegetais que ocorrem em São                  Francisco de Paula, sofreram, durante o desenvolvimento                  econômico do Município, variadas formas de interferência                  antrópica, tais como o manejo de pastagens, a extração de                  madeira e o desenvolvimento de núcleos urbanos. Tais                  interferências resultaram, e ainda hoje atuam, como instrumentos                  da fragmentação dos ambientes naturais do Município.
                 A fragmentação ambiental, além da devastação da                  flora, causa prejuízos diretos à fauna, pois, animais e vegetais                  formam grupos isolados em “ilhas” de mata, tornando-se                  vulneráveis a extinção.
                 Para os seres humanos, além dos efeitos indiretos                  causados pela perda da biodiversidade, há as conseqüências                  diretas do desmatamento, como a diminuição dos benefícios                  sociais, recreativos e estéticos promovidos pelas florestas e a                  influencia negativa nas condições climáticas regionais,                  inclusive, desvalorizando o município para atividades de                  ecoturismo.
                 Diante de tais constatações, torna-se eminente a                  necessidade da criação de sistemas que viabilizem a proteção,                  recuperação, manejo e conservação da flora regional, bem como,                  proporcionem a população local, oportunidade de lazer e educação                  direcionados a temática ambiental, visando a sensibilização da                  comunidade.
                 Considerando a dificuldade de preservação em                  grande escala de ambientes naturais, uma das alternativas é a                  criação de espaços onde se preserve o maior número possível de                  representantes da flora, para assim, haver uma reserva biológica                  que resguarde estas espécies e onde se realizem estudos e                  atividades que permitam a reprodução das mesmas para sua                  relocação em locais com ambientes degradados, atividades de                  paisagismo e reflorestamento.
                 Além disto, é importante a criação de ambientes                  propicios a educação ambiental, para formação de um cidadão                  consciente e crítico, baseado nos conceitos de ambiente natural,                  cultural,  social e sustentável, o fazendo se sentir como parte                  integrante  do meio em que vive para que assim, se sinta                  comprometido com a manutenção e preservação do ambiente em que                  esta inserido,  e almeje, não apenas a preservação da natureza                  por si só, mas compreenda sua necessidade para a sadia qualidade                  de vida da população de São Francisco de Paula e de todos que                  estão, direta ou indiretamente relacionados à ela.
                 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS
                 
                                  1 - Parque Natural Municipal da Ronda
                 Categoria: Parque (proteção integral)
                 Localização: micro-bacia do arroio Rolantinho da                  Arreia, sede do Município.
                 Área: 1.448 há
                 Ano de criação: Lei Municipal 2425/2007
                 Situação atual: em fase de elaboração do Plano de                  Manejo
                                   
                 O Parque Natural Municipal da Ronda é uma Unidade                  de Conservação administrada pela Prefeitura Municipal de São                  Francisco de Paula, através da Secretaria de Proteção Ambiental                  –SEMPA, localizada nas                  adjacências da Sede do Município, na localidade denominada                  Ronda.
                  Foi criada a partir do Decreto Municipal nº                  1.671, de 29 de fevereiro de 1996, que foi revogado e                  substituído pelo Decreto Municipal nº 166, de 12 de abril de                  2006 e obteve maior aporte legal através da Lei Municipal nº                  2425/2007 de 27 de março de 2007, passando a receber a                  denominação de Parque Natural Municipal da Ronda, cujos                  objetivos são a preservação do patrimônio ambiental representado                  pelo local, que abrange uma área de transição biótica,                  abrangendo áreas de floresta ombrófila mista, floresta ombrófila                  densa, campos de altitude e banhados, além de uma complexa rede                  hídrica, abrigando considerável biodiversidade e formando                  paisagens de grande beleza cênica.
                 Na área do Parque ocorrem aproximadamente vinte                  cachoeiras, bem como ambientes com banhados e mata nativa,                  compreendendo três estágios sucessionais, ocorrendo espécies                  ameaçadas de extinção como araucária e imunes ao corte como                  xaxim, figueira e corticeira-da-serra, entre outros.                  
                 O intuito de criação desta UC é também o                  desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, Pesquisa                  Científica e Ecoturismo, integrando comunidades e visitantes à                  área do Parque e o desenvolvimento de atividades esportivas e                  culturais em áreas pré-determinadas, criando uma alternativa de                  lazer e integração com a natureza para toda a comunidade da                  região.
                 
                 Exemplo de transição existente no Parque Natural da Ronda
                                   
                                  2- Área de Relevante Interesse Ambiental
                                   
                 Categoria: Arie ( uso sustentável)                  
                 Localização: Zona urbana da sede do Município,                  localizada no Perímetro Urbano da sede do Município de São                  Francisco de Paula, dentro da Reserva da Biosfera da Mata                  Atlântica
                 Área: 26 há
                 Ano de criação: 2007 Lei Municipal 2425/2007
                             Possui características naturais                  extraordinárias que abriga exemplares raros da biota regional, e                  pela beleza cênica do local.
                             A existência desta área em termos de                  localização, tamanho e conformação é viável para a implantação                  de um Jardim Botânico, sendo este um dos objetivos da atual                   administração municipal. A parceria entre  Universidades e o                  poder público municipal de São Francisco de Paula deverá tornar                  viável a criação do jardim botânico, através da otimização de                  recursos humanos e materiais já existentes de ambas as partes.                 
                              Em nível regional, a proposta é de relevante                  importância científica, cultural e conservacionista, devido à                  escassez de instituições similares na região. No jardim botânico                  previsto pretende-se priorizar a flora nativa do Rio Grande do                  Sul, especialmente as espécies endêmicas e/ou ameaçadas.                  
                             Entre as formas de preservação e                  proteção da biodiversidade, a conservação e manejo da flora se                  constitui em um importante instrumento de gestão ambiental,                  sendo que, os jardins botânicos, definidos pela Resolução CONAMA                  266, de 03 de agosto de 2000, como “ área protegida,                  constituída, em todo ou em parte, por coleção de plantas vivas                  cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e                  identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e                  documentação do patrimônio florístico do país, acessível ao                  público, em todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao                  lazer e à conservação do meio ambiente.”, tornam-se um                  instrumento adequado e viável para a proteção da biodiversidade                  do Município de São Francisco de Paula e de todas as espécies                  vegetais que vierem a compor a coleção taxonômica do Jardim                  Botânico de São Francisco de Paula.
                  Giovana Reis Ghidini
                 Bióloga
                 Secretária Municipal de Proteção Ambiental
Cascata da Ronda acervo municipal
Perau da Ronda – Representação da geomorfologia                  local. Acervo municipal
Banhados – Reservatórios naturais de recursos                  hídricos (Parte superior do Parque) acervo municipal
Campos – Paisagem característica da área superior                  do Parque acervo munic
Transição da Floresta Ombrófila Mista para                  Floresta Ombrófila Densa dentro
da área do Parque. Acervo muni
                                  ARIE –AREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO
                 VISTA DO LOCAL acervo muni
                 Biodiversidade abundante acervo munic
                 Fauna local – acervo municipal
                 Formação vegetal típica de Floresta de Araucária                  – acervo municipal